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Linux: Administração - fstab
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1. Introdução
No ficheiro "/etc/fstab" encontram-se os discos que são montados no arranque do sistemas e aqueles
que podem ser montados posteriormente com determinadas características ou por determinados utilizadores.
Cada linha, no ficheiro "/etc/fstab", corresponde a uma montagem específica
(ver: Definição de entrada em 'fstab').
O ficheiro "/etc/fstab" é carregado uma única vez no arranque do sistema.
Se for alterado, as actualizações só terão efeito no próximo arranque do sistema, a menos que se faça o
seu recarregamento (e de outras coisas...) manualmente:
$ systemctl daemon-reload
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2. Definição de entrada em "fstab"
Como se disse, cada linha corresponde a uma montagem. A separação de cada campo é feita por espaços ou por 'tabs'.
A sequência da informação a introduzir é a seguinte:
<Dispositivo> <Pasta de montagem> <Sistema de ficheiros> <Opções>
<Dump> <Fsck>
Especificando cada um destes campos:
- Dispositivo: É a designação do dispositivo a montar. Pode ser dada por:
- Designação em '/dev/'. Exemplo: '/dev/sda5'.
- 'Label' da partição. Exemplo: 'LABEL=Home'.
- 'Identificação de sistema de ficheiros'. Exemplo: 'UUID=1e61aa31-b66a-34a0-adae-da45ab5e80d1'.
- 'Label da partição GPT'. Exemplo: 'PARTLABEL=Home'.
- 'Identificação da partição GPT'. Exemplo: 'PARTUUID=d8a7654-21g3-62da-782b-14ad122de366'
- Pasta de montagem: Endereço completo da pasta em que é montado o dispositivo.
- Sistema de ficheiros: Designação do sistema de ficheiros em que o dispositivo
foi formatado.
Exemplos: 'ext3', 'ext4', 'vfat', ...
- Opções: As opções de montagem são idênticas às do comando 'mount' (ver: "Opções de montagem").
- Dump: Determina se ou não é feita a análise do dispositivo.
Se for "0", ela não é feita. É raramente usada actualmente...
- Fsck: Indica a ordem pela qual são feitas as verificações do sistema de ficheiros
qual o computador inicia. Em geral é "1" para a partição do sistema ("/") e "2" para as restantes que se
queiram analisar. Se for "0", não é feita qualquer verificação.
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3. Opções de montagem
Há um grande número de opções à disposição do administrador do sistema, elas podem ser encontradas nas opções
do comando "mount". Aqui indicam-se algumas das mais usuais.
- defaults: Basicamente não ser para nada, embora seja necessária para assegurar a
sequência para os campos seguintes. Se estes não forem usados, também se pode omitir o "defaults"...
- exec: Permite que ficheiros binários sejam executados, desde que tenham permissão
para tal.
- gid: O grupo a que será associado. Exemplo: 'gid=1000'.
- mode: Determina as permissões da pasta em que se monta o dispositivo;
- nodev: Indica que o sistema de ficheiros não pode conter dispositivos especiais.
É basicamente uma opção de segurança.
- noexec: Retira o acesso de execução. Usa-se em geral em dispositivos temporários
em que não se quer executar binários. É basicamente uma opção de segurança.
- nosuid: Faz com que os bits "setuid" e "setgid" sejam ignorados.
Nota: "setuid" é um bit que faz com que um executável corra com os privilégios do utilizador e
"setgid" faz o mesmo para os privilégios do grupo.
- size: Para dispositivos, como discos RAM, permite indicar o espaço que se deseja
alocar-lhe.
Exemplos: 'size=4G', 'size=1024M', ...
- uid: O utilizador a que será associado. Exemplo: 'uid=1000'.
- user_xattr: Permite que os utilizadores desse dispositivo acedam aos atributos estendendos dos ficheiros,
- x-gvfs-show: Determina que o dispositivo é mostrado na gestão de ficheiros do GNOME.
- x-systemd.idle-timeout: Faz a desmontagem automática ao fim de um determinado tempo de inactividade.
Exemplo com 15 minutos: x-systemd.idle-timeout=15min
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4. Como criar um disco RAM
A criação de um disco na memória RAM é feita no momento da sua montagem o sistema de ficheiro que gere
este tipo de disco é o "tmpfs" (sucessor do antigo "ramfs"). Os dispositivos assim criados gozam das
seguintes propriedades:
- Podem ser usados como "swap" se o sistema operativo assim o exigir;
- O dispositivo consome apenas a memória física necessária para guardar o que contém;
- Ao ser desmontado, o dispositivo desaparece e consequentemente toda a informação nele contida.
Assim, para cria um disco de RAM, devem indicar-se:
- O sistema de ficheiro, nomeadamente, o "tmpfs".
- As suas opções específicas (ver: Opções de montagem):
- size: A sua dimensão, por exemplo, "size=6G" ou "size=1024M".
Nota: Se não for indicada a dimensão da memória ela é, por defeito, metade da memória RAM;
- uid, gid: O utilizador e o grupo a que fica afecto. Exemplo: "uid=1000", "gid=1000";
- noswap: Para o caso de não se querer que possa ser usada como área de swap.
- mode: Determina as protecções da pasta. Exemplo: 'mode=700'.
- Depois segue-se o dispositivo, por exemplo,"ramDisk";
- E, finalmente, a pasta em que será montado.
Exemplo:
mount -t tmpfs -o size=4G,uid=1000,gid=1000,mode=700 ramDisk /dRAM
Para o caso de se querer criar um disco de RAM auxiliar de armazenamento, de uso de todos os utilizadores,
é conveniente, por razões de segurança, impedir nele a execução de binários (noexec), que não pode conter
dispositivos especiais (nodev) e que os bits "setuid" e "setgid" sejam ignorados (nosuid). Exemplo:
mount -t tmpfs -o size=4G,noexec,nodev,nosuid ramDisk /tmpDir
De acordo com as necessidades, poderá ser conveniente (e necessário, por segurança) restringir os
acessos à pasta em que são montados os dispositivos (ver "chmod").
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5. Informações complementares
- Se, por exemplo, o computador arrancar em modo "read only", será necessário voltar a
montar o sistema de ficheiros em modo "read-write". Para tal, fazer:
$ mount -o remontar,rw /
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6. Links úteis
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