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Linux: Administração - fstab


Sumário
1. Introdução
2. Definição de entrada em "fstab"
3. Opções de montagem
4. Como criar um disco RAM
5. Informações complementares
6. Links úteis
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1. Introdução

No ficheiro "/etc/fstab" encontram-se os discos que são montados no arranque do sistemas e aqueles que podem ser montados posteriormente com determinadas características ou por determinados utilizadores.

Cada linha, no ficheiro "/etc/fstab", corresponde a uma montagem específica (ver: Definição de entrada em 'fstab').

O ficheiro "/etc/fstab" é carregado uma única vez no arranque do sistema. Se for alterado, as actualizações só terão efeito no próximo arranque do sistema, a menos que se faça o seu recarregamento (e de outras coisas...) manualmente:

$ systemctl daemon-reload
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2. Definição de entrada em "fstab"

Como se disse, cada linha corresponde a uma montagem. A separação de cada campo é feita por espaços ou por 'tabs'. A sequência da informação a introduzir é a seguinte:
<Dispositivo> <Pasta de montagem> <Sistema de ficheiros> <Opções> <Dump> <Fsck>
Especificando cada um destes campos:
  • Dispositivo: É a designação do dispositivo a montar. Pode ser dada por:
    • Designação em '/dev/'. Exemplo: '/dev/sda5'.
    • 'Label' da partição. Exemplo: 'LABEL=Home'.
    • 'Identificação de sistema de ficheiros'. Exemplo: 'UUID=1e61aa31-b66a-34a0-adae-da45ab5e80d1'.
    • 'Label da partição GPT'. Exemplo: 'PARTLABEL=Home'.
    • 'Identificação da partição GPT'. Exemplo: 'PARTUUID=d8a7654-21g3-62da-782b-14ad122de366'
  • Pasta de montagem: Endereço completo da pasta em que é montado o dispositivo.
  • Sistema de ficheiros: Designação do sistema de ficheiros em que o dispositivo foi formatado.
    Exemplos: 'ext3', 'ext4', 'vfat', ...
  • Opções: As opções de montagem são idênticas às do comando 'mount' (ver: "Opções de montagem").
  • Dump: Determina se ou não é feita a análise do dispositivo. Se for "0", ela não é feita. É raramente usada actualmente...
  • Fsck: Indica a ordem pela qual são feitas as verificações do sistema de ficheiros qual o computador inicia. Em geral é "1" para a partição do sistema ("/") e "2" para as restantes que se queiram analisar. Se for "0", não é feita qualquer verificação.
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3. Opções de montagem

Há um grande número de opções à disposição do administrador do sistema, elas podem ser encontradas nas opções do comando "mount". Aqui indicam-se algumas das mais usuais.
  • defaults: Basicamente não ser para nada, embora seja necessária para assegurar a sequência para os campos seguintes. Se estes não forem usados, também se pode omitir o "defaults"...
  • exec: Permite que ficheiros binários sejam executados, desde que tenham permissão para tal.
  • gid: O grupo a que será associado. Exemplo: 'gid=1000'.
  • mode: Determina as permissões da pasta em que se monta o dispositivo;
  • nodev: Indica que o sistema de ficheiros não pode conter dispositivos especiais. É basicamente uma opção de segurança.
  • noexec: Retira o acesso de execução. Usa-se em geral em dispositivos temporários em que não se quer executar binários. É basicamente uma opção de segurança.
  • nosuid: Faz com que os bits "setuid" e "setgid" sejam ignorados.
    Nota: "setuid" é um bit que faz com que um executável corra com os privilégios do utilizador e "setgid" faz o mesmo para os privilégios do grupo.
  • size: Para dispositivos, como discos RAM, permite indicar o espaço que se deseja alocar-lhe.
    Exemplos: 'size=4G', 'size=1024M', ...
  • uid: O utilizador a que será associado. Exemplo: 'uid=1000'.
  • user_xattr: Permite que os utilizadores desse dispositivo acedam aos atributos estendendos dos ficheiros,
  • x-gvfs-show: Determina que o dispositivo é mostrado na gestão de ficheiros do GNOME.
  • x-systemd.idle-timeout: Faz a desmontagem automática ao fim de um determinado tempo de inactividade.
    Exemplo com 15 minutos: x-systemd.idle-timeout=15min
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4. Como criar um disco RAM

A criação de um disco na memória RAM é feita no momento da sua montagem o sistema de ficheiro que gere este tipo de disco é o "tmpfs" (sucessor do antigo "ramfs"). Os dispositivos assim criados gozam das seguintes propriedades:
  • Podem ser usados como "swap" se o sistema operativo assim o exigir;
  • O dispositivo consome apenas a memória física necessária para guardar o que contém;
  • Ao ser desmontado, o dispositivo desaparece e consequentemente toda a informação nele contida.
Assim, para cria um disco de RAM, devem indicar-se:
  • O sistema de ficheiro, nomeadamente, o "tmpfs".
  • As suas opções específicas (ver: Opções de montagem):
    • size: A sua dimensão, por exemplo, "size=6G" ou "size=1024M".
      Nota: Se não for indicada a dimensão da memória ela é, por defeito, metade da memória RAM;
    • uid, gid: O utilizador e o grupo a que fica afecto. Exemplo: "uid=1000", "gid=1000";
    • noswap: Para o caso de não se querer que possa ser usada como área de swap.
    • mode: Determina as protecções da pasta. Exemplo: 'mode=700'.
  • Depois segue-se o dispositivo, por exemplo,"ramDisk";
  • E, finalmente, a pasta em que será montado.
Exemplo:
mount -t tmpfs -o size=4G,uid=1000,gid=1000,mode=700 ramDisk /dRAM
Para o caso de se querer criar um disco de RAM auxiliar de armazenamento, de uso de todos os utilizadores, é conveniente, por razões de segurança, impedir nele a execução de binários (noexec), que não pode conter dispositivos especiais (nodev) e que os bits "setuid" e "setgid" sejam ignorados (nosuid). Exemplo:
mount -t tmpfs -o size=4G,noexec,nodev,nosuid ramDisk /tmpDir

De acordo com as necessidades, poderá ser conveniente (e necessário, por segurança) restringir os acessos à pasta em que são montados os dispositivos (ver "chmod").

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5. Informações complementares

  • Se, por exemplo, o computador arrancar em modo "read only", será necessário voltar a montar o sistema de ficheiros em modo "read-write". Para tal, fazer:
    $ mount -o remontar,rw /
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6. Links úteis

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